O olfato é um dos cinco sentidos humanos. Ele é responsável pela detecção e interpretação de odores no ambiente. Esse sistema sensorial está intimamente ligado ao paladar, influenciando a percepção dos sabores. Além disso, desempenha um papel muito importante na detecção de perigos, orientação no ambiente e interação social. A presença de distúrbios no olfato, devido a condições médicas ou lesões, impactam significativamente a qualidade de vida. 5ey33
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O olfato é um dos cinco sentidos humanos. Esse sentido desempenha um papel fundamental na nossa interação com o ambiente e é responsável pela transdução das moléculas químicas presentes no meio externo em informações percebidas como odores, sendo o nariz o órgão central nesse processo.
O olfato possui as seguintes funções:
O nariz é o principal órgão envolvido na captação de substâncias químicas voláteis. Localizada na parte superior da cavidade nasal, o epitélio olfativo é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado formado por três tipos celulares: células de sustentação, células basais e células olfatórias. As células olfatórias (também conhecidas como neurônios olfativos ou células receptoras olfativas) são células quimiorreceptoras especializadas na detecção de odores. Elas possuem cílios com proteínas receptoras olfativas projetando-se no epitélio olfativo. Em uma superfície de 10cm2, há entre 10 e 20 milhões de células olfatórias. Além disso, existem mais de 300 genes codificadores de proteínas receptoras olfativas em humanos, capazes de responder a diferentes estímulos odoríferos.
Também envolvidos no olfato estão o nervo olfatório, o bulbo olfativo, o trato olfativo e o córtex olfativo. O bulbo olfativo é uma região localizada na base do cérebro. Ele recebe os sinais elétricos das células olfativas por meio do nervo olfativo, uma estrutura constituída por fibras nervosas que se estendem a partir dos neurônios olfativos. O bulbo olfativo é responsável por processar e transmitir as informações para as demais áreas do cérebro, como o córtex olfativo, com o auxílio do trato olfativo. Uma vez no córtex cerebral, as informações serão interpretadas e reconhecidas.
A percepção das diferentes substâncias químicas é feita por células receptoras presentes no epitélio olfativo. Cada uma expressa apenas uma proteína receptora, e células semelhantes projetam-se para um mesmo glomérulo olfativo, uma estrutura presente no bulbo olfativo, de modo que existe uma separação espacial dos tipos de estímulos odoríferos. Após a interação das partículas odoríferas com os receptores, a célula sensorial gera impulsos elétricos (ou impulso nervoso). Esses sinais viajam pelo nervo olfatório e chegam ao cérebro através do bulbo olfatório. Por meio do trato olfativo, as informações odoríferas chegam ao córtex olfativo, onde são interpretadas, identificando o cheiro que entrou pelo nariz.
As informações sensoriais são transmitidas ao hipocampo, uma estrutura cerebral que contribui para a formação de memórias associadas a esses odores e que serão armazenadas em outras regiões do cérebro. A percepção olfativa desperta experiências emocionais e comportamentais mediadas também pelo hipotálamo, estrutura cerebral responsável por desencadear respostas viscerais e endócrinas.
A maior parte daquilo que percebemos como sabor é, na verdade, uma combinação de informações gustativas e olfativas. Embora os receptores do paladar e do olfato sejam diferentes e seus estímulos sejam interpretados em regiões diferentes do nosso cérebro, os dois sentidos agem em conjunto para produzir a sensação de gosto. As partículas voláteis dos alimentos, ao serem liberadas, complementam as informações recebidas pelos receptores gustativos na língua, contribuindo para a complexidade das sensações gustativas e para a forma como as experiências alimentares se tornam memórias. Ou seja, é comum um odor relembrar um gosto específico, assim como um sabor remeter a um cheiro.
Quando estamos com o nariz entupido devido a um resfriado, além de não sentir direito os cheiros, temos dificuldade de sentir o gosto dos alimentos. Isso acontece porque durante um resfriado, a produção excessiva de muco impede que as moléculas odoríferas entrem em contato com os receptores, prejudicando a interpretação gustativa.
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O olfato pode ser afetado por diversas condições médicas, tanto qualitativamente (distúrbios que afetam a percepção do cheiro) quanto quantitativamente (distúrbios que afetam a quantidade de odor que percebemos).
Questão 1
(UEL) No organismo humano, os receptores sensoriais responsáveis pelos sentidos do olfato podem ser classificados como:
A) propriorreceptores.
B) mecanorreceptores.
C) quimiorreceptores.
D) fotorreceptores.
E) termorreceptores.
Resolução:
Alternativa C.
A percepção das moléculas olfativas é mediada pelos quimiorreceptores, receptores capazes de detectar substâncias químicas.
Questão 2
(Unieva) No ano de 2019, surgiu em Wuhan, província de Hubei na China, os primeiros casos de um novo coronavírus que foi classificado como SARS-CoV-2. No mês de março de 2020, a OMS declarou pandemia para essa virose. Apesar de todas as pessoas estarem sujeitas à doença ocasionada por esse vírus, pessoas da terceira idade, principalmente aquelas que apresentem alguma comorbidade, são as que mais frequentemente evoluem com maior gravidade. Trata-se de uma doença que pode apresentar diferentes sintomas, entre esses tem se destacado a anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do paladar). Levando-se em conta nosso sistema sensorial, assinale qual tipo de receptor está mais comprometido nos pacientes com SARSCoV-2.
A) fotorreceptores.
B) mecanorreceptores.
C) quimiorreceptores.
D) termorreceptores.
Resolução:
Alternativa C.
As células olfativas possuem quimiorreceptores, receptores responsáveis pela detecção de moléculas do meio.
Fontes
BRANIGAN, B. & TADI, P. 2023. Physiology, Olfactory. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK542239/#.
GIAGUINTO, P.C. & NISHIDA, S.M. Sentido da Olfação. In: Museu Escola do IB - UNESP. Disponível em: https://www2.ibb.unesp.br/nadi/Museu2_qualidade/Museu2_corpo_humano/Museu2_como_funciona/Museu_homem_nervoso/museu2_homem_nervoso_olfacao/Museu2_homem_nervoso_olfacao.htm.
JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 538 p.
REDEFOR. Roteiro da Semana 2: Sistema sensorial - Olfação. In: Moodle USP. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/mod/book/view.php?id=2434136&chapterid=19938.
TONON, R. 2022. Por que o olfato é o sentido mais importante para nossas emoções. In: BBC News Brasil. Disponível em: https://brasilescola-uol-br.noticiases.info/portuguese/geral-60393885.
VARELLA, M. 2022. Distúrbios que afetam o olfato: quais são, sintomas e causas. In: Portal Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/otorrinolaringologia/disturbios-que-afetam-o-olfato-quais-sao-sintomas-e-causas/.
Fonte: Brasil Escola - /oscincosentidos/olfato.htm